O que é doença do Silicone?

Muito têm se falado sobre a doença do silicone ou sobre as possíveis doenças causadas pelo implante mamário de silicone. Doença do silicone não é exatamente um termo técnico, pois pode-se referir também a doenças causadas por silicone injetável. Normalmente, quando se usa esse termo, a referência é em específico às doenças autoimunes causadas pela prótese mamária de silicone.

A Síndrome ASIA vem do inglês Autoimmune Syndrome Induced by Adjuvants, ou Síndrome Autoimune Induzida por Adjuvantes. Nesta síndrome estão reunidos diversos sintomas causados por uma reação autoimune à prótese de mama. O tratamento cirúrgico consiste no explante de silicone, ou seja, a retirada da prótese e da cápsula em uma peça única.

 

Porém é preciso lembrar que há também outras doenças relacionadas ao implante mamário de silicone como o Linfoma Anaplásico de Células Grandes (ALCL ou BIA-ALCL), a contratura capsular e a toxicidade pelo próprio silicone. Por vezes, o termo doenças do silicone também é usado para englobar a Síndrome ASIA, o ALCL, a contratura capsular e a toxicidade por silicone.

O linfoma anáplasico de células grandes (ALCL) está relacionado à prótese de mama texturizada, ou seja, à prótese que possui superfície áspera. O tratamento desta doença envolve a remoção da prótese de silicone e da cápsula, cirurgia conhecida como explante de silicone em bloco. Não há relato de ALCL em próteses mamárias lisas.

Formação


A formação de uma cápsula em torno da prótese de mama é um processo natural que ocorre como um mecanismo do organismo de isolar a prótese. Porém, com o passar dos anos pode ocorrer uma contratura dessa cápsula, causando sintomas de endurecimento da mama e dor. Nestes casos o tratamento ideal é a remoção da prótese de mama e da cápsula, chamado de capsulectomia total.

Por fim, o silicone presente na prótese pode causar toxicidade diretamente no organismo, sendo um mecanismo não relacionado à reação autoimune. O tratamento também consiste no explante, ou seja, remoção do silicone e cápsula.

Quais as dúvidas mais frequentes sobre as Doenças do Silicone

O que é doença do silicone?

 

Doença do silicone não é uma terminologia médica, porém se tornou popular pelo uso. Normalmente se refere a sintomas de doenças autoimunes induzidas pela prótese mamária de silicone.

Como sei se tenho a doença do silicone?

 

Os sintomas autoimunes mais frequentes que podem estar associados com a prótese mamária de silicone são dores musculares, articulares, fadiga e perda de memória. Há diversos outros sintomas que podem estar associados. A associação entre sintomas e prótese de mama é principalmente maior se eles apareceram depois da inclusão da prótese mamária e desapareceram após a sua retirada.

Há algum exame laboratorial ou de imagem para se fazer o diagnóstico?

 

Não há nenhum exame específico para se fazer o diagnóstico, porém a presença de autoanticorpos contra o silicone e HLA específicos (ex. HLA DRB1, HLA DQB1) podem contribuir no diagnóstico. O HLA é uma abreviação do inglês e significa antígeno leucocitário humano, responsável por apresentar os antígenos para o sistema imune.

Qual o tratamento?

 

O tratamento pode envolver a retirada da prótese de mama e sua cápsula (conhecido como explante em bloco) e o uso de medicações imunossupressoras como por exemplo corticóides.
Ao se realizar o explante em bloco, pode ser necessário fazer a reconstrução da mama ou com mastopexia (elevação da mama) ou lipoenxertia (enxerto de gordura).

Em quanto tempo posso ver a melhora após o tratamento?

 

A melhora dos sintomas após o explante em bloco pode começar já no primeiro mês ou demorar até 6 meses. Caso se associe medicações imunossupressoras, a melhora pode demorar de dias até semanas.

Há chance de os sintomas não melhorarem após o explante?

 

Sim, não há garantia que os sintomas irão melhorar após a retirada das próteses e das cápsulas. A literatura médica indica uma melhora dos sintomas em 75% das pacientes submetidas ao explante, porém é preciso notar que há 25% das pacientes que não apresentam melhora dos sintomas.

Quais os possíveis riscos associados ao explante?

 

São os riscos inerentes a qualquer procedimento cirúrgico como infecção, hematoma, abertura de pontos e trombose (coágulo nas pernas).

Tratamento para Doença do Silicone (Explante em Bloco)

A contratura capsular grave é um fenômeno em que a cápsula que o organismo cria em torno da prótese começa a contrair e ficar dura. A cápsula é um invólucro, uma “pele” que se forma em torno da prótese como uma reação normal do organismo a esse corpo estranho. Todas as pacientes com prótese de mama apresentam essa cápsula. O problema ocorre quando essa cápsula começa a contrair a prótese e ficar calcificada.

Esse processo se chama contratura capsular. Nestes casos pode haver dor e alteração da textura da prótese, que passa de macia para dura. Assim, deve ser retirado a prótese juntamente com a cápsula. Essa cirurgia se chama retirada de prótese com capsulectomia ou explante de prótese de mama em bloco.

Por fim, alguns modelos de prótese de mama de silicone estão associados com maior incidência de um tumor chamado de linfoma anaplásico de células gigantes (BIA-ALCL). Essa doença é mais frequente em alguns modelos de prótese de mama com superfície texturizada. O sintoma mais comum é o aparecimento tardio, depois de anos da inclusão da prótese, de líquidos ao redor do implante. Esse líquido é chamado de seroma e seu conteúdo deve ser investigado. Confirmando o diagnóstico de linfoma anaplásico de células grandes, a prótese e a cápsula devem ser retiradas em bloco e enviados para análise.

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Artigo de Revisão
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica

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